Mademoiselle

O Tempo do Amor

Estava lendo a revista Joyce Pascowitch desse mês e me peguei derramando uma lágrima quente e demorada ao ler o texto que Shmuel Lemle escreveu nas últimas páginas da revista. Afinal, lá no fundinho, eu ainda faço parte daquele grupo de “últimos românticos”, que se emocionam e sensibilizam facilmente. Daí, como “não basta ser manteiga derretida tem que compartilhar”, resolvi publicar aqui, na íntegra, o texto. Enjoy! 🙂
Foto: We Heart It
O Tempo do Amor
O livro de Gênesis relata que Jacob trabalhou sete anos para Lanvan para poder se casar com sua filha mais nova, Rachel. A Torá diz que os sete anos pareceram para Jacob como uns poucos dias por causa do amor que ele sentia por Rachel. Parece estranha essa afirmativa. Para a maioria das pessoas, ficar tanto tempo afastado da pessoa amada pareceria insuportável. Por causa do amor que sentimos pela pessoa, queremos estar o tempo todo juntos. O que a Torá quer nos ensinar ao dizer que por causa do amor que sentia por ela os anos passaram rápido para Jacob?
O tempo é relativo. Depende da nossa percepção. O tempo parece passar rápido quando amamos o que estamos fazendo e, parece passar devagar quando estamos aborrecidos e entediados. Se o tempo passou rápido para Jacob, ele estava gostando do que estava fazendo. Ele entendia que precisava daquele processo de sete anos para merecer sua alma gêmea. Em vez de encarar aquele tempo como um peso, compreendeu que era pelo bem. Entendeu que aquilo traria um crescimento e amadurecimento. A primeira lição para nós é que precisamos aprender a gostar do processo. Em geral, gostamos de alcançar o objetivo desejado, mas não gostamos do esforço para chegar lá. Gostar do processo faz com que ele passe mais rápido. Em vez de querer que aquilo acabe logo, faça o que for preciso com entusiasmo e motivação. Assim o tempo deixará de ser um problema. 
Temos ainda uma segunda lição. Não tem nada de errado desejarmos estar fisicamente próximos da pessoa a quem amamos. O verdadeiro amor, entretanto, é um sentimento de união que independe da distância física. Quando duas pessoas verdadeiramente se amam, elas se tornam uma única alma. Mesmo estando fisicamente separadas, elas se sentem unidas. Depender demais da outra pessoa não é amor, mas necessidade ou carência. Confundimos necessidade ou carência com amor.
Para exemplificar, costumo dizer que amo salmão. O que eu faço com o salmão? O peixe é retirado da água e morre. Corto sua carne em pedaços e a devoro. Eu tinha um vazio, e agora o salmão preencheu o meu vazio. Isso é amar o salmão? Não. Eu amo a mim mesmo, e amo o prazer que o salmão me faz sentir. Meu amor não está direcionado ao salmão. Amar de verdade é querer o bem da outra pessoa, e não querer o prazer que a outra pessoa nos faz sentir. Quando existe esse tipo de amor verdadeiro, duas pessoas conseguem se sentir unidas, mesmo estando momentaneamente separadas pela distância ou pelo tempo. Tempo e espaço não existem. 

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1 Comment

  • Reply
    Claudia Paulino
    27 de janeiro de 2012 at 21:58

    Que texto lindo e verdadeiro !!!
    Adooorei !!!
    Beijooocas e um lindo final de semana !!!

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